Segundo turno: Quem apoia quem?

October 17, 2022
#Política

Estamos um pouco mais da metade até o fim das eleições. Após os números divulgados pelo TSE no primeiro turno, Lula com 48,4% e Jair Bolsonaro com 43,2% tomaram fôlego para garantir as suas alianças políticas. Dessa forma, ambos estão em busca de ganhar os votos de searas diferentes da sociedade, seja para virar voto no caso do Bolsonaro, ou para o candidato Lula conquistar ainda mais votos para ganhar o segundo turno, e manter essa plenitude, mas, depende de diversos fatores. De acordo com os dados divulgados pelo TSE, o número de abstenção foi de 32.770.982 e representou 20,95%. Os votos nulos foram de 3.487.874, correspondendo a 2,82% do total de votos. Já os votos em branco somaram 1.964.779 (1,59%). Contudo, as duas partes não estão em busca somente de antigas alianças, até de antigos adversários como no caso de FHC e Lula.

Após anunciado o resultado do primeiro turno, alguns já se preparavam para a segunda rodada das eleições e estavam ansiosos pelo pronunciamento dos candidatos à presidência. Os mais esperados foram Simone Tebet e Ciro Gomes.  A candidata do MDB, durante os debates do primeiro turno, assumiu uma postura exemplar e capacidade de argumentação que resultou nos 4,2%, sendo o número mais expressivo olhando o histórico de outros gigantes do MDB que não conseguiram esse feito nas eleições passadas. Tebet, no dia 5 de outubro, oficializou o seu apoio ao candidato Lula e afirmou “Não cabe a omissão da neutralidade”.

Deixando um suspense no ar, Ciro Gomes no dia 4 de outubro não viajou para Paris e se reuniu com o PDT, partido que desde o primeiro turno apoiava a candidatura de Lula. O partido, como condição, pediu à Presidenta do PT Gleisi Hoffmann para incorporar três propostas do candidato à presidência pelo PDT. Após a reunião, um vídeo foi publicado em suas redes sociais sobre para quem iria o apoio no segundo turno, porém, não citou o nome de Lula. Muitos apoiadores esperavam um pronunciamento mais claro e convincente. Entretanto, tiveram que se contentar, pois apoio é apoio, e a diferença é estreita entre os dois mais votados, qualquer aliança, mesmo que sem uma “vontade genuína” é válida a essa altura da corrida presidencial. Ainda na publicação, Ciro ressalta que não tem a intenção de assumir qualquer cargo público em troca, e se diz crítico de ambos os lados, mas que respeita a decisão do partido.

Já o Presidente Jair Bolsonaro teve parte de seus ex-aliados, ex-ministros e atual alianças, eleitos, e formam 13 Senadores que irão ocupar a maior bancada no Senado. É a primeira vez em 25 anos que há essa predominância. Há o apoio do ex-Ministro Sérgio Moro onde teve discordâncias no passado (bem próximo diga-se de passagem), mas atualmente Moro apoia Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, Marcos Pontes ex-Ministro da Ciência, Damares Alves ex-Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Tereza Cristina ex-Ministra da Agricultura e Pecuária, e etc. O que será um grande desafio para o Presidente Lula se caso eleito, e para Bolsonaro, só irá fortalecer ainda mais a sua base política e ainda manter os privilégios, para ele e sua turma. Talvez, ao ter uma bancada de Senadores-aliados o atual presidente não tenha que se preocupar com a temida quebra de Sigilo dos 100 anos.

Segundo turno em 12 estados brasileiros, os candidatos à Presidência estão em busca dos candidatos a governador a fim de se fortalecerem mutuamente. Dessa maneira, ambos saem ganhando e a estratégia acaba beneficiando ambas as partes. De seu respectivo partido, Lula tem o apoio de Jerônimo Rodrigues do (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Fernando Haddad (PT-SP); Já Bolsonaro possui o apoio de Onyx Lorenzoni (PL-RS) e Marcos Rogério (PL-RO). Ainda, Bolsonaro tem o apoio de 8 governadores eleitos e Lula o de 6. E convenhamos, com a atual conjuntura política que nos encontramos, se mostrar imparcial não é uma opção, não é hora de se dar o luxo de ficar em cima do muro.  

Até o momento, seguem os candidatos “neutros”: ACM Neto da (União Brasil-BA), Rodrigo Cunha (União Brasil-AL), Eduardo Leite (PSDB-RS), Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e Raquel Lyra (PSDB-PE).