
Esgotamento dos recursos naturais: O caminho do atual modelo econômico
Através da Revolução Industrial, a sociedade ganhou como herança o modelo econômico linear. Essa abordagem consiste em uma cadeia que extrai matéria-prima, fabrica produtos, incentiva sua comercialização e ao fim da sua vida útil acaba descartando-os, e assim, esse ciclo se repete sem parar.
A maioria das economias hoje é baseada nesse modelo, em que o valor é criado pela produção e a venda da maior quantidade possível de mercadorias. Ao analisar a contemporaneidade, Zygmunt Bauman notou que vivemos um ritmo vertiginoso de renovação, que envelhece os objetos mesmo antes deles saírem da fábrica: tudo tem data de validade afixada. O problema é que esse padrão supõe que é possível crescer infinitamente, em um planeta que tem recursos finitos. Hoje é perceptível o quanto essa hipótese estava errada, à medida que enfrentamos uma crise climática cada vez mais acelerada.
Será que existe uma luz no fim do túnel?
Existe sim, e acredito que você já deve imaginar a cor dela! A chamada Economia Verde é uma proposta que pensa além do lucro monetário, propondo a criação de uma sociedade próspera que tem como um de seus pilares a sustentabilidade e a premissa de que todas as camadas são importantes. Esse esquema vem sendo difundido de forma global e diversos países almejam aderir esse “glow up” dentro de suas políticas econômicas.
A transição para esse modelo econômico é uma ferramenta para alcançar os objetivos ambientais e climáticos nacionais e internacionais, contribuindo para alcançar os 17 Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável na Agenda 2030. Os objetivos da agenda cobrem todas as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.

Brasil pode se tornar referência em economia baseada em sustentabilidade
Engana-se quem acredita que esse país de dimensão continental ficou de fora. Conexão Circular é o novo Movimento do Pacto Global da ONU no Brasil. O lançamento da iniciativa aconteceu durante a Assembleia Geral da ONU (UNGA), no dia 18 de setembro de 2022 e reuniu representantes de empresas, sociedade civil e universidades brasileiras que juntas pretendem incentivar as companhias no atingimento de metas como de aterro zero, dentro do que a legislação permitir, e o desenvolvimento de modelos circulares. O país tem um enorme potencial de liderar a agenda a partir da abundância de recursos naturais, energia limpa e inovação.
Colhendo os frutos dessa escolha
A sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais resultam em uma série de melhorias na sociedade. Dos benefícios desse modelo, podemos listar:
- Aproveitamento otimizado de matérias-primas;
- Novas fontes para investimento;
- Menos desperdício;
- Maior eficiência operacional;
- Crescimento econômico;
- Conscientização da população, consumindo com mais cautela e consciência ambiental;
- Oportunidade para novos negócios;
- Geração de empregos e etc.
O caminho ainda é longo, mas estamos na rota!
A questão econômica ainda é um fator que impede que muitas empresas entrem na economia circular. A falta de cobrança de legislações já existentes também faz com que muitas fiquem em uma zona de conforto. Contudo, o que é mais importante é a conscientização aliada a um senso de responsabilidade por parte das empresas, e isso está vindo muito dos consumidores, que cada vez estão mais rígidos e procurando empresas sustentáveis. O futuro é circular – mais do que um conceito – é uma forma evoluída de pensar e viver.
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Referências
- Revista Exame
- Portal EcoDebate
- Site do Portal da Indústria
- Site das Nações Unidas – Brasil
- Site do Pacto Global – Rede Brasil
- Site do Movimento Recicla Sampa
- Plataforma FDR – Finanças, Direitos e Renda
- Livro Modernidade Líquida, por Zygmunt Bauman
- Site do CBIEC – Centro Brasileiro de Inovação em Economia Circular