Copa do mundo 2022: Palco para causas sociais

November 28, 2022
Sports
Portuguese

A Copa do Mundo de futebol masculino é um evento esportivo internacional que ocorre a cada quatro anos e é transmitido para todo o mundo, sendo acompanhado por milhões de pessoas. Este ano, a Copa do Mundo FIFA está sendo disputada desde o dia 20 de novembro e ocorrerá até o dia 18 de dezembro, data da grande final.

Um evento desta dimensão e que atrai tanta visibilidade sempre serviu de palco para causas sociais e políticas. Em 2014 e em 2018, quando as edições da Copa do Mundo foram sediadas no Brasil e na Rússia, respectivamente, diversos protestos foram realizados no decorrer do evento.

Este ano o país escolhido para sediar a Copa foi o Catar. sendo esta a primeira edição do evento em um país do Oriente Médio. A escolha de um país extremamente conservador para receber atenção internacional durante o evento gerou uma intensificação no levantamento de causas sociais e políticas no mundo do futebol.

Uma das principais pautas levantadas durante o evento é a LGBTfobia. Isto porque o Código Penal do Catar proíbe a homoafetividade para homens e mulheres e a pena máxima para este ato inclui o apedrejamento. Por conta disso, diversos jogadores e seleções iniciaram o movimento OneLove. Trata-se do uso pelo capitão do time de uma braçadeira com uma bandeira de faixas coloridas no formato de um coração e o texto OneLove. As braçadeiras fazem parte de um movimento pela diversidade iniciado pela Real Federação Holandesa de Futebol e aderido por 7 seleções que disputam a Copa: Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça.

O uso desta vestimenta foi rechaçado pela FIFA, que ameaçou punir os jogadores com cartão amarelo no início do jogo, o que levou à desistência do uso da braçadeira pelos jogadores. No entanto, a ameaça não foi suficiente para omitir a situação. Os jogadores da seleção da Alemanha, antes da sua primeira partida na Copa, taparam a boca como sinal de protesto à tentativa da FIFA de calar suas vozes numa causa tão importante. O órgão se pronunciou mais uma vez pedindo para que os jogadores não usem o futebol como instrumento político ou ideológico. Além do movimento OneLove, o evento tem sido palco de causas ambientais, protestos contra o regime teocrático do Irã e manifestos contra o racismo.

Com ou sem o apoio dos organizadores de eventos internacionais, como a Copa do Mundo, uma coisa é certa: é inevitável o uso da visibilidade alcançada por esses eventos para levantar questões políticas, sociais ou econômicas à comunidade internacional.