Em 30 de setembro de 2022, aconteceu o 2º turno das eleições presidenciais no Brasil. O candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro (PL) enfrentava o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas novamente e tinham 43,20% e 48,43% dos votos válidos, respectivamente. A votação se iniciou às 08h, horário de Brasília, com doze (12) estados – como a Bahia – também escolhendo governadores.
Por volta das 11h, começaram a circular nas redes sociais – principalmente no Twitter – vídeos de cidadãos denunciando operações da Polícia Rodoviária Federal em maioria nas estradas do Norte e do Nordeste, que dificultavam o trajeto dos ônibus para a votação, o que descumpria a ordem do Tribunal Superior Eleitoral que determinava que todas as operações fossem suspensas, justamente para não atrapalhar o andamento das eleições. Próximo das 13h, o TSE intimou o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, para explicar as razões para a realização das blitze.
Vasques havia demonstrado apoio à Jair Bolsonaro, um dia antes das eleições, através das redes sociais. No domingo as imagens já estavam deletadas, porém o jornal O Globo tinha uma captura de tela da publicação. Tal fato causou preocupação e acendeu o alerta não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Observadores internacionais que vigiam ataques democráticos demonstraram preocupação e estranheza no acontecimento, apontando supressão de voto, porque as operações se concentraram nas regiões onde o candidato Lula havia sido mais bem votado.
Lauro Jardim, jornalista do O Globo, divulgou pela tarde, que a ação protagonizada pela PRF havia sido articulada no Palácio da Alvorada, instruindo os chefes das Forças Armadas e da Polícia Federal também, a observar atentamente o transporte irregular de eleitores, especialmente no Nordeste. No entanto, o colunista afirma que não havia compromisso com a imparcialidade, mas que o objetivo era realmente impedir ou dificultar locomoções dos eleitores do adversário do presidente.
Na tarde do domingo, o diretor-geral da PRF compareceu ao TSE para prestar esclarecimentos acerca dos acontecimentos nas estradas brasileiras. Logo após, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, deu entrevista coletiva afirmando que as operações não impediram os eleitores de ir votar e frisou que a votação iria até às 17h, como previsto. O ministro seguiu informando que as operações ocorreram com base no código de trânsito brasileiro e que os veículos com os eleitores não voltaram, e sim seguiram ao destino final. Nenhum eleitor relatou que não conseguiu chegar a tempo de voltar, completou Alexandre de Moraes.
As abordagens da PRF nas estradas do Brasil, neste domingo de eleição, chegaram a 619, mais que o dobro do que o número do 1º turno (02/10/2022) que foi de 297.
No 2º turno, a Operação Eleições 2022 registrou até às 17:30h horário de Brasília, 308 crimes eleitorais, 39 prisões e foram apreendidos R$ 6 mil. Os crimes eleitorais que mais tiveram registros foram violação ou tentativa de violação do sigilo de voto, boca de urna e desobediência a ordens da Justiça Eleitoral. A operação foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), em parceria com os 26 estados e o Distrito Federal.
As votações foram encerradas às 17h e se iniciou a apuração. Em volta de 20h, Luís Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores) foi eleito Presidente da República Federativa do Brasil pela terceira vez, com um recorde de 60.345.999 de votos, 50,9%. Jair Messias Bolsonaro (Partido Liberal) recebeu 58.206.354 de votos, 49,1%. Brancos ou nulos foram 5.700.443 votos.
Jair Bolsonaro é o primeiro presidente da História do Brasil, após a liberação da reeleição, que não foi reeleito.